Tarifas dos EUA travam exportações e deixam barcos de pesca parados no RN

Blog do Diógenes

Arimar França Filho, diretor do Sindipesca e dono da Produmar, durante entrevista ao Jornal da Mix.

O setor de pesca do Rio Grande do Norte está em alerta após o governo dos Estados Unidos manter o tarifário extra sobre produtos como o atum, principal item exportado pelo Estado.

Segundo Arimar França Filho, diretor do Sindicato da Indústria da Pesca (Sindipesca) e dono da Produmar, cerca de 90% do atum destinado à culinária japonesa sai do RN direto para os EUA.

“A maioria das empresas não mandou os barcos para o mar. Algumas testaram com um ou outro, mas 80% da frota está parada”, disse em entrevista no Jornal da Mix.

O impacto é direto em 17 empresas associadas ao sindicato e mais de 1.500 empregos ligados à pesca industrial.

“A incerteza é o pior. Não saber o que vai acontecer amanhã desmotiva a tripulação e trava o planejamento das empresas”, afirmou Arimar.

Produtos com documentos emitidos até esta quarta-feira ainda conseguem sair, mas os estoques já foram exportados e o problema agora é o que vem pela frente.

Com a Europa fechada desde 2018 e a Ásia absorvendo apenas produto congelado, o mercado interno pode ser o plano B para escoar parte da produção pesqueira.

Mas o desafio será competir com um preço mais baixo e cobrir os altos custos da pesca.

O setor tenta negociar incentivos com o governo estadual e aguarda medidas como a equiparação da alíquota de ICMS com o Ceará.

“Quem se organizou pode segurar um pouco. Mas quem não se preparou, vai ter muita dificuldade”, alertou.

Arimar Filho acredita numa solução econômica até dezembro. Ele se mantém confiante.

Confira a entrevista de Arimar França Filho no Jornal da Mix:

DD.