Indústria do RN tem maior queda do país e recua 18,5% em 2025

Alexandre Brum/Petrobras Versão em áudio

FIERN aponta que a produção de petróleo, tanto em terra quanto no mar, registrou recuos expressivos.

A produção industrial do Rio Grande do Norte caiu 18,5% entre janeiro e julho de 2025, o pior resultado entre os 18 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apenas em julho, a retração foi de 19,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior, enquanto no acumulado de 12 meses a queda chegou a 14,7%. O desempenho negativo é explicado, sobretudo, pelo setor de petróleo e gás, responsável por mais de 40% do PIB industrial potiguar.

Segundo a Federação das Indústrias do RN (FIERN), a confiança do empresariado segue em queda e a produção de petróleo, tanto em terra quanto no mar, registrou recuos expressivos. O impacto se refletiu no mercado de trabalho: o número de empregados na indústria formal caiu 13,8%, com destaque para o setor de transformação, que demitiu mais de mil trabalhadores. Apesar disso, os repasses de royalties avançaram 26%, somando R$ 173,8 milhões.

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) reforça que a queda da produção de óleo combustível também afetou a balança comercial, com redução de US$ 6,5 milhões em exportações. Outros segmentos, como alimentos e confecções, cresceram, mas não compensaram a retração do setor energético.

Apesar do cenário adverso, há expectativa de melhora no segundo semestre. A FIERN registrou aumento na utilização da capacidade instalada e sinais de retomada em julho frente a junho. O governo estadual avalia setembro como um mês decisivo para verificar se a produção de petróleo e gás se normalizará ou se a indústria potiguar seguirá em processo de ajuste.