Economia
17/09/2025
O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), Roberto Serquiz, mostrou-se preocupado com a possibilidade de novas sanções dos Estados Unidos após o julgamento de Jair Bolsonaro, conforme ameaças de autoridades do governo americano.
“As consequências serão terríveis neste momento que estamos lutando por melhorias”, disse o empresário em entrevista no Jornal da Mix.
Segundo ele, todo trabalho dos representantes da indústria busca reduzir tarifas ou aumentar a lista dos produtos que têm direito a isenção. “É muito ruim quando a política interfere na economia. No caso do RN, o prejuízo é uma retração de 70% nas vendas do pescado e também do sal”, comentou.
Serquiz acompanhou a missão da Confederação Nacional da Indústria (CNI) a Washington, nos Estados Unidos, com empresários e políticos americanos. “Estivemos no Capitólio e os senadores republicanos disseram o seguinte: entendemos o que vocês estão nos trazendo, estamos monitorando tudo, mas somos fiéis ao presidente (Donald Trump)”, contou.
Segundo o presidente da Fiern, o mesmo recado, em termos mais brandos, foi dado pelos líderes das associações comerciais americanas.
Roberto Serquiz informou ainda que a reunião com o vice-presidente da República e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, na semana passada, em Brasília, foi bastante proveitoso para os setores do pescado e do sal no RN.
“Estamos aguardando para breve a abertura do mercado europeu, mais especificamente o do Reino Unido, para o pescado. É uma esperança que está no radar”, disse.
Já o sal pode ser beneficiado com medidas para limitar a importação do produto que vem do Chile. Só no ano passado, o Brasil importou 2 milhões de toneladas do sal chileno. Serquiz aguarda algum tipo de compensação para amenizar o tarifaço na exportação do sal potiguar, que destina de 500 a 600 toneladas para o mercado americano.
“Nosso sal é extremamente eficiente para o degelo e para indústria química dos Estados Unidos”, falou.
A Fiern também discute a inclusão do sal e do pescado potiguares na lista do PLP 168/2025 que tramita no Senado relativo ao “tarifaço” dos EUA.
A proposta permite que despesas e renúncias fiscais da União destinadas a mitigar os impactos do tarifaço não sejam consideradas nas metas de resultado primário e no limite de despesas do arcabouço fiscal, entre outras medidas de compensações tributárias.
“Já falamos com relator da matéria, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), e estamos confiantes”, disse Serquiz.
O PLP do tarifaço pode ser levado ao plenário do Senado ainda nesta semana.
Confira a entrevista de Roberto Serquiz no Jornal da Mix:
DD.
é um jornalista e radialista do Rio Grande do Norte, com mais de 40 anos de carreira. Formado em Comunicação Social pela UFRN e em Direito pela UNP, atuou em vários veículos importantes locais e nacionais (Tribuna do Norte, Diário de Natal, TV Globo, TV Record Brasília, SBT, Band e rádios 96 FM, 98 FM e 91.9 FM). Foi diretor-geral da TV Assembleia Legislativa do RN. Foi coordenador de comunicação da Potigas, e assessor da presidência da Petrobras. Apresenta e edita o Jornal da MIX, na 103.9 FM Natal.
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